Desde a sua construção, o muro de separação erigido pelo governo isaelita é um verdadeiro espaço d’expressão onde Palestinianos e estrangeiros deixam exprimir raiva e desejos de paz. Grafitis floresceram assim no muro, que os seus críticos rebaptizaram “o muro da vergonha”, enquanto que Israelitas e muitos Palestinianos querem que ele fique cinzento... por razões muito diferentes...
Desde 2002, o governo israelita constroi um muro entre o norte e o centro da Cisjordanea e as vilas israelitas. Objectivo declarado: acabar com as infiltrações em Israel dos Kamikazes palestinianos. Apesar da condanação pela ONU em Outubro 2003, o muro das separações não para de se prolongar.
Num primeiro tempo, as forças israelitas procedem a detenções dos “grafistas” que se aventuraram a pintar slogans e desenhos sobre o muro. Desde então, foi equipado de arame farpado, de detectores de movimento e camaras para dissuadir os que tentam de escalar ou de se aproximar do muro.
Os grafitis concentram-se principalmente nos pedaços do muro que dividem Bethlehem, Qalqilya, a aldeia de Qalandiya a 11 km a sul de Ramallah, mas também aqueles situados frente à universidade de Jerusalém, que pode salvar, depois de grandes negociações, uma parte do seu campus ameaçado pelo traçado do muro.
Não se deve embelecer o muro, não se deve transformá-lo num belo quadro para admirar
Jamal Joma’a é coordonador da Campanha popular pela resistência contra o muro e a colonização.
“A maior parte dos grafitis são obras de amadores estrangeiros e de Palestianos. Mas alguns foram feitos por profissionais. Condanamos a existência da maior parte deste grafitis. Durante a primeira intifada, os muros tinham imensos slogans e desenhos. Não temos nada contra este fenómeno. Mas no que diz respeito ao muro da separação, a nossa posição foi clara desde o início : não se deve embelecer o muro, não se deve transformá-lo num belo quadro para admirar. Ele deve ficar cinzento e feio, ser a impressão e da fealdade do racismo e da ocupação que o simboliza.
Há alguns anos, artistas mexicanos escreveram no muro no norte de Toulkarem “Existir é resitir”. Este slogan incita as pessoas à luta e é do que precisamos. E particularmente simbólico que o muro esteja no lugar do antigo mercado que foi destruido em 24 horas, com 218 lojas e espremedores de azeitonas. Mas outros slogans e grafitis apareceram. Grafitis que vão no sentido da normalização com os Israelitas. Pensamos que os slogans não vão no sentido dos interesses dos Palestinianos e da recuperação dos seus ligítimos direitos.”
Fonte: France24
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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